
Sinais que indicam aumento de grau – O que você precisa saber
Os sinais que indicam aumento de grau podem variar de pessoa para pessoa. Portanto, quem tem miopia, astigmatismo e hipermetropia precisa prestar atenção em alguns indícios, que podem apontar o aumento de grau.
Para falar mais sobre os sinais que indicam aumento de grau, hoje vamos entrevistar a oftalmologista Dra. Maria Beatriz Guerios, também especialista em glaucoma.
O que é “grau” na oftalmologia?
Inicialmente, vamos entender o conceito de grau na área da oftalmologia. Mas, antes disso, é preciso entender a refração na visão. Trata-se do processo em que a luz entra no olho, passa pela córnea, pelo cristalino até atingir a retina. Quando a visão é normal, a luz atinge o centro da retina. Nesses casos, não há grau para correção.
Entretanto, algumas pessoas apresentam alterações na córnea e no cristalino, que desviam o foco da luz para outras partes da retina, resultando nos erros refrativos. De acordo com o tipo de problema, podem surgir os erros refrativos como a miopia, o astigmatismo, a hipermetropia e a presbiopia. Nesses casos, teremos um grau para correção, dependendo de cada tipo de desvio.
Veja abaixo os principais tipos de grau:
- Miopia: esse erro refrativo causa dificuldades para enxergar de longe. Dessa forma, quanto maior o grau, maior a dificuldade. Na miopia, a luz foca a imagem antes da retina. O grau é representado por números negativos (ex: -2,00).
- Hipermetropia: as pessoas com hipermetropia não enxergam bem de perto. O olho foca a imagem depois da retina. O grau é representado por números positivos (ex: +1,50).
- Astigmatismo: esse tipo de erro refrativo dificulta tanto a visão de perto, quanto a de longe. A pessoa sente embaçamento visual ou ainda distorção da imagem. O olho tem a córnea irregular, como uma bola de futebol americano. O grau tem uma medida em cilindro (CIL) e um eixo (em graus), indicando a direção da correção.
- Presbiopia: popularmente conhecida como “vista cansada”, a presbiopia aparece em pessoas com mais de 50 anos, que sentem dificuldade para enxergar de perto. Normalmente, é corrigida com óculos de perto, em números positivos.
Erros refrativos costumam surgir na infância e na adolescência
Segundo Dra. Maria Beatriz, os erros refrativos costumam aparecer na infância e na adolescência, exceto a presbiopia, que é uma condição associada com o processo natural do envelhecimento. “Dessa maneira, como a visão se desenvolve na infância, o mais comum é detectar os erros refrativos nessa fase da vida. Acima de tudo, o diagnóstico costuma ocorrer nas fases pré-escolar e escolar”, comenta a especialista.
Por outro lado, a presbiopia atinge pessoas após os 40 anos e pode demorar mais para o paciente procurar o oftalmologista.
“De qualquer maneira, quando falamos de miopia, astigmatismo e hipermetropia, a tendência é que o grau se estabilize por volta dos 18 anos. Sendo assim, a recomendação é levar a criança para consultas oftalmológicas de rotina, para acompanhar as mudanças de grau”, reforça Dra. Maria Beatriz.
Sinais que indicam aumento de grau – Quais são eles?
Agora que já entendemos o conceito de grau dentro da oftalmologia, vamos falar sobre os sinais que indicam aumento de grau. Contudo, é importante dizer que nem sempre o paciente vai apresentar indícios de que seu grau aumentou. Daí a importância de consultar um oftalmologista de forma regular.
Confira alguns sinais que indicam aumento de grau:
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Dor de cabeça, especialmente no final do dia;
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Desconforto ocular;
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Visão embaçada; mesmo com o uso do óculos ou de lentes de contato;
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Necessidade de apertar os olhos para conseguir enxergar;
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Cansaço visual;
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Coceira e vermelhidão nos olhos;
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Visão dupla;
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Visão noturna prejudicada ou ainda necessidade de mais luz nos ambientes para conseguir enxergar melhor.
Para além dos sinais que indicam aumento de grau
Em contrapartida do aumento do grau, existem situações que podem interferir na visão, sem que o grau tenha aumentado de fato.
“Como resultado, uma dessas situações é a falta de limpeza dos óculos ou ainda a má higienização das lentes de contato. Na verdade, a sujeira fica acumulada, dando a impressão de que houve um aumento de grau. Adicionalmente, há situações em que houve algum tipo de dano na armação dos óculos, que podem alterar o eixo”, comenta Dra. Maria Beatriz.
Por isso, é crucial realizar a manutenção dos óculos a cada 3 meses. Normalmente, as óticas oferecem esse serviço de forma gratuita, desde que os óculos tenham sido comprados no estabelecimento. Quanto as lentes, além da higiene diária e minuciosa, é importante seguir as recomendações do fabricante e do oftalmologista, quanto à validade e manuseio”, alerta a médica.
Finalmente, é preciso também limpar os óculos diariamente, seja com água e sabão ou com as flanelinhas que acompanham os óculos desde a ótica.
Não usar os óculos leva ao aumento do grau?
Normalmente, o aumento de grau pode ocorrer na miopia, mas não tem relação com a falta de uso do óculos. Os estudos apontam que a progressão da miopia hoje tem associação com o uso excessivo de telas, como computadores, tablets e celular. Outra causa é a redução do tempo das atividades ao ar livre.
Em relação ao astigmatismo, o aumento do grau pode ter associação com o ceratocone. Sendo assim, essa condição causa uma mudança no formato da córnea que gera mudanças frequentes no grau.
Procure seu oftalmologista na presença de sinais que indicam aumento de grau
Como vimos, durante a infância e a adolescência é comum o aumento de grau. “Dessa maneira, o ideal é realizar um acompanhamento oftalmológico regular nessas fases da vida. Já em adultos com erros refrativos, a recomendação é realizar consultas anuais ou ainda na presença de sinais que indicam mudança de grau”, reforça Dra. Maria Beatriz.
“Finalmente, após os 40 anos, a consulta oftalmológica é ainda mais importante, já que nessa fase da vida há um aumento de risco de desenvolver doenças oculares que podem levar à perda da visão, como glaucoma, catarata e retinopatias”, conclui a oftalmologista.
Dra. Maria Beatriz Guerios é Oftalmologista Geral e especialista em Glaucoma.
O consultório fica na cidade de São Paulo, na Vila Nova Conceição (zona Sul).
Para mais informações, ligue para (11) 97859- 1080
Matéria produzida pela jornalista Leda Maria Sangiorgio – MTB 30.714
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