Como cuidar do glaucoma nas férias – Dicas práticas
Hoje vamos falar sobre como cuidar do glaucoma nas férias, especialmente se você pretende viajar. Acima de tudo, vale reforçar que cuidar do glaucoma nas férias é crucial para evitar a piora do quadro.
Para obter dicas práticas de como cuidar do glaucoma nas férias, vamos entrevistar a oftalmologista Dra. Maria Beatriz Guerios, especialista em glaucoma.
Glaucoma não tira férias, afinal é uma doença crônica
De acordo com a especialista, glaucoma é o termo usado para uma série de condições que causam danos no nervo óptico e podem evoluir para a perda da visão.
“A principal causa é o aumento da pressão intraocular (PIO). Dessa forma, o tratamento visa ao controle da PIO para evitar novas lesões e progressão da perda visual. Atualmente, podemos usar colírios, bem como cirurgias para controlar a pressão intraocular”, explica.
“Infelizmente, o glaucoma é uma doença crônica, progressiva e incurável até o momento. Contudo, com o tratamento correto é possível manter o controle da PIO e prevenir o avanço da perda da visão. Dessa forma, cuidar do glaucoma nas férias e no dia a dia é crucial para atingir esses objetivos”, comenta Dra. Maria Beatriz.
Em outras palavras, o glaucoma não tira férias e necessita de tratamento contínuo. Para além disso, há outros cuidados importantes que fazem parte do tratamento.
Dicas práticas para cuidar do glaucoma nas férias (e fora delas)
Com a ajuda da nossa especialista, Dra. Maria Beatriz Guerios, vamos ajudar você a cuidar do glaucoma nas férias, lembrando que essas dicas também valem para o dia a dia.
Organize e separe os colírios
Em muitos casos, o tratamento do glaucoma envolve o uso de vários colírios, diversas vezes ao dia. “Dessa forma, antes da viagem, o ideal é fazer um lista e separar os colírios. Outro ponto de atenção é verificar se há medicamento suficiente para o tempo de viagem, já que durante o recesso de final de ano, o médico pode não estar disponível para emitir a receita”, aponta a especialista.
Além disso, pode ser difícil comprar medicamentos em outros países. Portanto, essa etapa precisa ocorrer com antecedência, ou seja, algumas semanas antes da viagem. Após essa verificação (se há colírios suficientes para o tempo da viagem), é hora de pensar em como guardar os colírios durante a viagem.
Alguns colírios demandam refrigeração. Nesses casos, será preciso providenciar um isopor ou uma bolsa térmica para mantê-los refrigerados durante o trajeto de ida e volta. Além disso, também é preciso planejar onde armazenar os colírios no destino, seja em um hotel ou em outros tipos de hospedagem. Os principais cuidados são: manter em local seco, longe do sol e, no caso dos colírios que necessitam de refrigeração, devidamente acondicionados em geladeiras.
Principais cuidados para quem vai viajar de avião
Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, viajar de avião não impacta nos níveis da pressão intraocular. Os aviões regulam a pressão da cabine de acordo com a altitude, evitando assim mudanças na pressão intraocular.
“Por outro lado, pacientes que passaram por cirurgias oculares recentes, podem sofrer algumas restrições para viajar de avião. Nesses casos, é crucial solicitar a orientação do oftalmologista que realizou a cirurgia ou ao médico que acompanha o paciente”, ressalta Dra. Maria Beatriz.
As viagens mais longas também merecem mais atenção. Isso porque o tempo de viagem pode coincidir com os horários de aplicação dos colírios. Portanto, o paciente deve levar os medicamentos na bagagem de mão ou mantê-los com fácil acesso, independente do tipo de meio de transporte.
Quem tem glaucoma e olho seco precisa reforçar os cuidados
Estima-se que cerca de 60% dos pacientes com glaucoma desenvolvem a síndrome do olho seco. A razão é que muitos colírios que tratam a doença possuem conservantes e outros excipientes que prejudicam a superfície ocular.
“Os pacientes com diagnóstico de olho seco devem solicitar ao oftalmologista a prescrição de colírios para manter a lubrificação da superfície ocular.
“Dessa forma, cuidar do glaucoma nas férias também pode demandar outras medidas, quando se tem o olho seco. As condições climáticas podem agravar os sintomas do olho seco, como ambientes climatizados, vento, areia, cloro das piscinas e água do mar, entre outras variáveis”, comenta Dra. Maria Beatriz.
Como cuidar do glaucoma nas férias de verão
Bom, agora vamos falar sobre como cuidar do glaucoma nas férias de verão, especialmente quando o período de recesso envolve práticas aquáticas.
“Primeiramente, é importante esclarecer que óculos de natação e máscaras de mergulho podem alterar a pressão intraocular. Acima de tudo, a prática de mergulho é contraindicada para quem tem glaucoma. Sendo assim, nadar e curtir um banho de piscina ou de mar está liberado. Mas, o paciente deve conversar com seu médico a respeito do uso de óculos de natação, máscaras e a prática de mergulho”, complementa Dra. Maria Beatriz.
Outro cuidado fundamental é esperar cerca de 10 a 15 minutos após a aplicação do colírio, para entrar na água. O tempo de espera é importante que a absorção correta do medicamento pelo organismo. Adicionalmente, vale lembrar que os colírios não devem ficar em locais quentes ou expostos ao sol, uma vez que essas condições podem anular o efeito desses medicamentos.
Cuidar do glaucoma nas férias envolve usar óculos de sol
Todo mundo, ou quase todo mundo, já ouviu falar sobre os efeitos nocivos dos raios solares UV. Dessa maneira, o uso de óculos de sol com lentes de proteção contra os raios do sol é um hábito que deve fazer parte de todos os dias, seja nas férias ou fora delas.
“Os óculos de sol ajudam a proteger tanto os olhos, quanto a pele ao redor dos olhos. Os raios solares podem acelerar o desenvolvimento da catarata, causar câncer de pele, bem como aumenta o risco de problemas na retina”, alerta Dra. Maria Beatriz.
Seguro-viagem é crucial em viagens internacionais
O Brasil é um dos poucos países que possuem um sistema público de saúde, que atende até mesmo estrangeiros, sem custos. Em contrapartida, a maioria dos países exigem dos viajantes um seguro-viagem, justamente para cobrir eventuais despesas médicas.
Quando a pessoa tem glaucoma, por exemplo, é crucial se organizar e contratar um seguro-viagem. Mesmo que o paciente trate corretamente a doença, é possível passar por uma crise aguda, ou seja, sofrer um aumento repentino da pressão intraocular. Nesses casos, pode ser preciso passar por uma cirurgia, por exemplo.
Aposte nos alarmes e lembretes
A rotina é uma excelente ferramenta de organização no cotidiano. Todavia, durante as férias e viagens saímos da rotina e isso pode levar o paciente a se esquecer de pingar os colírios. Para prevenir que isso ocorra, a dica é programar os horários por meio de alarmes no celular.
Na presença de sintomas oculares repentinos, procure um serviço médico
Durante viagens, imprevistos podem ocorrer. Sendo assim, mesmo que o glaucoma esteja sob controle, é possível que o paciente apresente um aumento repentino da pressão intraocular. A recomendação é procurar um serviço médico caso ocorram os seguintes sintomas: dor intensa no olho, dor de cabeça forte, visão turva, enjoo e halos de luz na visão.
Cuidar do glaucoma nas férias é crucial para curtir momentos especiais
Como vimos ao longo da reportagem, o glaucoma não impede o paciente de viajar. Por outro lado, cuidar do glaucoma nas férias é essencial para evitar um agravamento do quadro.
“Portanto, é importante que, antes da viagem, o paciente passe em consulta com seu oftalmologista para se certificar que está tudo sob controle. Finalmente, também é essencial adotar cuidados como esses que abordamos ao longo do texto”, encerra Dra. Maria Beatriz.
Dra. Maria Beatriz Guerios é Oftalmologista Geral e especialista em Glaucoma.
O consultório fica na cidade de São Paulo.
Para mais informações, ligue para (11) 97859- 1080
Matéria produzida pela jornalista Leda Maria Sangiorgio – MTB 30.714
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