Medicamentos contraindicados para quem tem glaucoma – Quais são eles

Medicamentos contraindicados para quem tem glaucoma – Quais são eles

Alguns medicamentos são contraindicados para quem tem glaucoma. Apesar de remédios serem importantes no tratamento de inúmeras doenças, há sempre o risco de efeitos colaterais indesejados. No caso do glaucoma, alguns fármacos podem levar ao aumento da pressão intraocular (PIO), o que pode causar danos no nervo óptico.

Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em glaucoma, é crucial que pessoas com glaucoma conversem com seus oftalmologistas e médicos de outras especialidades, sobre o uso de medicamentos e a possível relação dos fármacos com o aumento da pressão intraocular. Outro ponto é a automedicação, já que muitas pessoas têm costume de usar medicamentos sem prescrição médica, ignorando em muitos casos que podem ter medicamentos contraindicados para quem tem glaucoma”, alerta a médica.

De acordo com estudos, cerca de 30% dos casos de glaucoma agudo de ângulo fechado são resultado da automedicação. Outra dado importante é alguns medicamentos também podem alterar a PIO em pacientes com glaucomas de ângulo aberto.

Confira os medicamentos que não devem ser usados por quem tem glaucoma

 Com a ajuda da especialista, vamos conhecer alguns medicamentos que podem aumentar a pressão intraocular.

1-Anti-hipertensivos (remédios para controlar a pressão arterial)

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a pressão alta atinge cerca de 30% da população brasileira, com maior prevalência na população a partir dos 40 anos. Como o glaucoma também é mais prevalente a partir da quarta década de vida, é comum o uso de anti-hipertensivos pelos pacientes com danos glaucomatosos.

Porém, ao contrário de outros fármacos, não é o uso, mas a retirada dos anti-hipertensivos que pode causar o aumento da pressão intraocular. Veja quais medicamentos oferecem esse risco:

  • Propranolol, Atenolol, Bisoprolol, Carvedilol, Carvedilol, Nebivolol, Metoprolol, Timolol, entre outros.

 2-Medicamentos antidepressivos

 A depressão também afeta muitos brasileiros, com uma prevalência estimada pelo Ministério da Saúde de cerca de 15,5%. O uso de antidepressivos é uma prática comum no tratamento dos sintomas da doença. Portanto, é importante que o paciente com glaucoma, que porventura tenha o diagnóstico de depressão, esteja ciente de que algumas classes de antidepressivos podem aumentar a pressão intraocular.

“Os antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos, possuem efeitos anticolinérgicos. Em outras palavras, esses fármacos causam a dilatação das pupilas, chamada de midríase. Isso pode empurrar a íris na direção do ângulo (espaço entre a córnea a íris), por onde ocorre o escoamento do humor aquoso. Nesses casos, podem ocorrer duas situações: o fechamento total do ângulo ou o estreitamento. Em ambas as situações, a pressão intraocular aumenta e pode causar danos irreversíveis no nervo óptico”, ressalta Dra. Maria Beatriz.

Desta forma, é fundamental que o paciente com glaucoma informe ao psiquiatra sua condição para que o especialista possa prescrever medicamentos mais seguros, sem efeitos no sistema visual.

3-Topiramato (anticonvulsivante e/ou estabilizador do humor)

O topiramato é um medicamento bastante utilizado no Brasil e tem indicações para diversas condições. Entre as indicações estão epilepsia, transtorno afetivo bipolar (TAB), enxaqueca, obesidade, tabagismo, alcoolismo, entre outras.

Como as indicações são amplas, é preciso muito cuidado, uma vez que o fármaco aumenta a PIO. De acordo com as evidências, o topiramato pode levar a uma crise de glaucoma agudo, em pessoas com predisposição à doença. Geralmente, essas crises podem ocorrer no período de introdução do fármaco, especialmente nas três primeiras semanas de uso.

 4-Corticoides (principalmente colírios, pomadas, cremes e sprays nasais

Os medicamentos da classe dos corticoides são essenciais na prática médica, com um potente efeito anti-inflamatório. A indicação de corticoides contempla inúmeras patologias, sendo uma das classes terapêuticas mais usadas na medicina. Por outro lado, há diversos efeitos adversos relacionados aos corticoides, sendo um deles o aumento da pressão intraocular de forma repentina.

O maior perigo são os medicamentos à base de corticoides de uso tópico, principalmente colírios e sprays nasais. As pomadas e cremes, quando aplicados próximos aos olhos, também oferecem perigo.

“Infelizmente, o uso de corticoides por conta própria é muito comum no Brasil. Por outro lado, é preciso advertir a população sobre os riscos à saúde desse comportamento. Ademais, é importante lembrar que não é uma classe medicamentosa isenta de prescrição, ou seja, demanda uma prescrição médica”, lembra Dra. Maria Beatriz.

O perigo do corticoide é que pode elevar a pressão dentro dos olhos de forma repentina, levando a uma crise aguda de glaucoma. Quem tem glaucoma, portanto, precisa redobrar a atenção ao usar essa classe de medicamentos.

5-Remédios antigripais

 Há diversas opções de medicamentos isentos de prescrição médica para combater os sintomas e desconfortos de doenças como resfriado, rinite, gripes, alergias, sinusites etc. Contudo, alguns medicamentos são contraindicados para quem tem glaucoma, como àqueles que têm em sua fórmula a fenilefrina.

“A fenilefrina leva à midríase (dilatação da pupila). Como vimos acima, a substância pode causar um fechamento completo do ângulo ou um estreitamento. Como resultado, o paciente pode ter um glaucoma agudo ou ainda apresentar aumento da pressão intraocular. Ou seja, quem tem glaucoma deve ficar longe de medicamentos com esse princípio ativo”, comenta a especialista.

Os medicamentos para alergias, como asma, rinite e sinusite podem conter corticoides, além da fenilefrina. Por fim, também é preciso atenção às fórmulas que são compostas por cafeína, além de outros fármacos. A cafeína, em excesso, também pode elevar a pressão dentro dos olhos.

Conclusão

“Muitos medicamentos salvam vidas, mas nenhum é isento de riscos. Quem tem glaucoma precisa estar atento ao uso responsável de medicamentos isentos de prescrição. Para além disso, é sempre importante conversar com o oftalmologista, que acompanha o glaucoma, sobre a introdução de medicamentos para tratar doenças sistêmicas, como depressão, hipertensão, alergias, entre outras patologias”, encerra Dra. Maria Beatriz.

Dra. Maria Beatriz Guerios  é Oftalmologista. A médica diagnostica e trata o Glaucoma, bem como atua na oftalmologia geral.

O consultório fica nos Jardins, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 97859- 1080

 

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