Diagnóstico precoce do glaucoma é a chave para prevenir perda visual
Diagnóstico precoce do glaucoma pode evitar avanço da doença
O mês de maio foi escolhido para aumentar o conhecimento do glaucoma e a importância do diagnóstico e tratamento precoce da doença, por meio do movimento Maio Verde. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o glaucoma atinge cerca de 79 milhões de pessoas em todo o mundo.
No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira do Glaucoma (SBG), a estimativa é que o glaucoma atinge 2,5 milhões acima dos 40 anos. Contudo, a entidade avalia que até 70% das pessoas nem imaginam que convivem com a doença.
Glaucoma destrói o nervo óptico
Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em Glaucoma, o termo glaucoma se refere a uma série de condições que causam danos no nervo óptico. Essas lesões são irreversíveis e, portanto, levam à perda definitiva da visão.
“O nervo óptico é um agrupamento de mais de um milhão de fibras nervosas que conectam a retina ao cérebro. As células da retina, chamadas de fotorreceptores, captam a luz e a transforma em impulsos elétricos. Estes sinais percorrem o nervo óptico até chegarem ao cérebro, que os interpreta e forma a imagem que enxergamos”.
“Os danos glaucomatosos levam à perda das células ganglionares da retina, que constituem a única saída das informações visuais da retina. Para além disto, ocorre também um afinamento das camadas de fibras nervosas da retina. Por fim, há um aumento da escavação do nervo óptico, região em que o nervo óptico invade a retina”, explica a especialista.
Danos no nervo óptico ocorrem por vários motivos
“A principal causa dos danos glaucomatosos é o aumento da pressão intraocular (PIO). A parte posterior dos olhos é preenchida pelo humor aquoso. Esta substância é produzida constantemente e drenada por meio de um tecido chamado malha trabecular. Contudo, algumas pessoas desenvolvem alterações no escoamento do humor aquoso, resultando no aumento da pressão dentro do olho”, aponta Dra. Maria Beatriz.
A pressão intraocular elevada leva à morte das células nervosas da retina e do nervo óptico, causando perda do campo visual. Como a doença é progressiva, esses danos podem evoluir até a perda completa da visão. Existem ainda glaucomas causados por problemas na circulação sanguínea, que também leva à morte das células nervosas do nervo óptico e retina.
Tipos de Glaucoma
Há vários tipos de glaucoma e a classificação depende de alguns fatores. O glaucoma mais comum é o de ângulo aberto e o menos prevalente é o de ângulo fechado. O ângulo é um espaço que se forma na junção da córnea com a íris.
“Por meio de uma estrutura que se encontra nessa região, a malha trabecular, ocorre o escoamento constante do humor aquoso, para manter a pressão intraocular controlada. O fechamento repentino do ângulo é uma emergência médica, pois pode levar à perda da visão rapidamente”, diz a oftalmologista.
Entre os principais tipos de glaucoma estão:
- Glaucoma Primário de Ângulo aberto
- Glaucoma Primário de Ângulo fechado
- Glaucoma secundário por trauma
- Glaucoma induzido por corticoide
- Glaucoma Juvenil
- Glaucoma congênito
- Glaucoma de pressão normal
Diagnóstico precoce do glaucoma é chave para prevenir a perda total da visão
“Infelizmente, o glaucoma é uma doença silenciosa. Ou seja, quando a pessoa percebe que não está enxergando bem, é porque o glaucoma já está num nível mais avançado. Por este motivo, o diagnóstico precoce do glaucoma é a chave para prevenir a cegueira”, alerta Dra. Maria Beatriz.
“O diagnóstico precoce do glaucoma, na maioria dos casos, pode ser feito nas consultas de rotina, por meio da tonometria, exame que mede a pressão intraocular. Vale reforçar que alguns casos de glaucoma não estão relacionados ao aumento da PIO, mas causam outras alterações na retina e nervo óptico que são detectáveis nos exames realizados pelo oftalmologista”, finaliza a especialista.
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