Exame de fundo de olho pode ajudar no diagnóstico de doenças sistêmicas

Exame de fundo de olho pode ajudar no diagnóstico de doenças sistêmicas

O exame de fundo de olho, chamado de fundoscopia ou oftalmoscopia, é usado para avaliar a saúde da retina, nervo óptico e vasos sanguíneos da parte de trás do globo ocular. A fundoscopia é crucial para detectar uma série de doenças oculares como o glaucoma, retinopatia diabética, degeneração macular, entre outras.

Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em glaucoma, o exame de fundo de olho também pode indicar outros problemas de saúde. “Durante a fundoscopia, conseguimos avaliar como estão os vasos sanguíneos da retina. Quando detectamos algumas alterações sugestivas de doenças sistêmicas, como diabetes e pressão arterial, podemos orientar o paciente a procurar um especialista”.

“Podemos dizer que os olhos funcionam com uma “janela” para olharmos para o estado geral do sistema vascular. É possível ter uma ideia de como estão os outros vasos do corpo, bem como analisar se o paciente tem riscos cardiovasculares importantes, que aumentam a chance de apresentar um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo”, comenta a médica.

O que os olhos veem, o coração também sente!

A prevalência do diabetes tipo 2 é cada vez maior. O exame de fundo de olho pode ajudar no rastreamento da doença. Isto porque um dos sinais clínicos do diabetes são micro-aneurismas retinianos, por exemplo, que podem ser vistos na fundoscopia.

“Para pessoas que já têm o diagnóstico da doença, o exame também é crucial para prevenir ou diagnosticar, precocemente, a retinopatia diabética”, reforça Dra. Maria Beatriz.

A fundoscopia também pode indicar que o paciente é hipertenso, pois no exame é possível notar alterações nos vasos da retina. Há ainda alterações retinianas ligadas a outras doenças, como a leucemia.

Exame de fundo de olho é feito durante consultas oftalmológicas

As consultas oftalmológicas de rotina são essenciais para a prevenção e diagnóstico precoce de diversas doenças. A fundoscopia é realizada durante estas consultas. “Entretanto, há dois tipos de exame de fundo de olho. A fundoscopia direta é feita por um oftalmologista geral e é possível obter uma imagem quinze vezes maior da retina. Contudo, o campo de visão da retina é mais restrito”, explica Dra. Maria Beatriz.

A fundoscopia indireta é mais minuciosa e, normalmente, é feita por um oftalmologista especializado em retina. A vantagem é que o oftalmologista consegue uma visualização mais ampla da retina.

Exame de fundo de olho: quais doenças podem ser detectadas?

 Entre as doenças oculares ou sistêmicas que podem ser detectadas no exame de fundo de olho estão o glaucoma, degeneração macular relacionada à idade (DMRI), diabetes, hipertensão arterial e tumores oculares.

Como funciona a fundoscopia

O exame de fundo de olho é feito no consultório com um aparelho chamado oftalmoscópio. Este dispositivo projeta a luz no interior do globo ocular. Isto permite ao médico avaliar a retina, nervo óptico e demais estruturas que fazem parte do fundo do olho.

Para fazer a fundoscopia é necessário pingar colírios para dilatação das pupilas. A pupila dilatada permite uma maior entrada de luz dentro do olho. Antes do colírio que dilata a pupila, o paciente recebe um colírio anestésico. Desta forma, é um exame simples, rápido e indolor.

A única ressalva é que o ideal é que o paciente esteja acompanhado para fazer o exame de fundo de olho. Isto porque a dilatação das pupilar pode deixar a visão embaçada por algumas horas.

“A consulta oftalmológica de rotina é muito importante, especialmente após os 40 anos de idade. Várias doenças sistêmicas e oculares podem surgir a partir desta faixa etária. Quanto mais cedo ocorre o diagnóstico, melhor será o resultado do tratamento. Por fim, pessoas com histórico familiar de doenças oculares precisam procurar o oftalmologista mais cedo”, finaliza Dra. Maria Beatriz.

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