Exame de vista: Por que é importante passar pelo oftalmologista
O exame de vista deve ser feito anualmente para prevenir doenças oculares como glaucoma e catarata
Provavelmente você já deve ter ouvido falar no exame de vista. Mas você sabe o que é e por que é importante fazê-lo?
O exame de vista é o termo popular usado para se referir a uma consulta com um oftalmologista. O ideal é realizar o exame de vista anualmente, quando não há nenhuma doença oftalmológica crônica.
A consulta oftalmológica de rotina é essencial para detectar precocemente doenças que podem causar a perda da visão, como o glaucoma, retinopatias e catarata.
Exame de vista: como funciona
Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral especializada em Glaucoma, o exame de vista sempre começa pela anamnese. “A primeira parte da consulta é fundamental. É neste momento que investigamos todo o histórico do paciente, seu estado de saúde, doenças prévias, uso de medicamentos, presença de doenças sistêmicas e histórico familiar de patologias oculares”.
Após a anamnese, iniciamos os exames para avaliar todo o sistema visual. “Portanto, o exame de vista vai muito além de avaliar a presença de erros refrativos, como miopia, astigmatismo e hipermetropia. Um dos exames mais importantes é a aferição da pressão intraocular. O aumento da pressão dentro dos olhos, por exemplo, pode indicar que o paciente tem glaucoma ou pode desenvolver a condição”, reforça a especialista.
Com a ajuda da oftalmologista listamos os principais testes realizados durante o exame de vista.
1- Teste de Snellen / Teste de Refração
O teste de refração é bastante conhecido e mede a acuidade visual. Ou seja, é um exame realizado para medir a capacidade de a pessoa enxergar objetos com detalhes e nitidez a 6 metros de distância.
Como é feito?
O paciente se senta em uma cadeira e precisa ler uma tabela com letras grandes e pequenas. O teste é feito em um olho por vez com o outro tapado. A leitura é feita de cima para baixo.
“As letras são grandes e vão ficando menores. A tabela de Snellen tem 11 linhas de letras. Quando o paciente consegue ler até a fileira 8, sua acuidade visual é considerada normal (20/20) que é capacidade de enxergar nitidamente a 6 m ou 20 pés. Quando o paciente não consegue ler até a fileira 8, o oftalmologista vai calcular o comprometimento da acuidade visual, que vai depender da linha que o paciente consegue enxergar”, explica Dra. Maria Beatriz.
Para complementar este exame, o oftalmologista usa também o Refrator Manual, que é a famosa “cadeira do oftalmologista”. Neste exame é colocado um aparelho no rosto do paciente que lembra um óculos. Em seguida, o médico testa diferentes lentes e filtros para fechar o diagnóstico dos erros refrativos.
Vale dizer que hoje em dia existe um aparelho chamado de Auto Refrator que confirma o grau do erro refrativo apontado pelo teste no Refrator Manual.
2- Tonometria
A tonometria é de extrema importância durante o exame de vista. Trata-se do exame que mede a pressão intraocular (PIO). O aumento da PIO é o principal fator de risco para o glaucoma, uma das principais causas de perda definitiva da visão em todo o mundo.
“Existem duas maneiras de medir a pressão intraocular. A mais conhecida é por meio do Tonômetro de Goldmann pelo método de aplanação. Neste exame, o paciente encosta o queixo e a testa no aparelho. O tonômetro encosta na córnea e mede a força que é preciso para achatá-la”, explica a especialista.
Também é possível medir a pressão dentro do olho por meio de um aparelho que lembra uma caneta. A tonometria não exige nenhuma preparo prévio. Em alguns casos o oftalmologista pode aplicar colírio anestésico para dar mais conforto ao paciente.
Por fim, a pressão intraocular também pode ser aferida por meio do tonômetro de sopro. “Este aparelho emite um jato de ar que atinge o globo ocular e volta, com a verificação da PIO. As principais vantagens é que não é necessário usar colírio anestésico e o aparelho não entra em contato com o olho”, conta a médica.
3- Exame de fundo de olho
O exame de fundo de olho, a fundoscopia ou ainda oftalmoscopia, é essencial para diagnosticar doenças que atingem a retina (fundo do olho).
O oftalmologista usa um aparelho chamado de oftalmoscóspio indireto, que projeta uma luz dentro do globo ocular e permite avaliar a retina. O médico também consegue verificar os vasos sanguíneos, nervo óptico, córnea, conjuntiva de cristalino.
A fundoscopia pode detectar alterações no nervo óptico sugestivas de um glaucoma, pode também contribuir no diagnóstico da catarata e doenças da córnea.
4- Motilidade ocular
O exame de motilidade ocular é muito importante para diagnosticar o estrabismo e outros problemas neuromusculares. É um exame simples, feito com a oclusão ocular e com um objeto, normalmente luminoso.
5- Avaliação das pálpebras e anexos oculares
O exame de vista também inclui a avaliação das pálpebras e dos anexos oculares. Para isso, o médico utiliza um aparelho chamado de lâmpada de fenda. Em muitos casos, este exame pode dar indícios de doenças da superfície ocular, como o olho seco.
Exame de vista pode não ser suficiente para diagnóstico de algumas doenças visuais!
Isto mesmo! Apesar de o exame de vista ser importante, o oftalmologista pode solicitar exames complementares. “Quando encontramos alterações que podem estar associadas a doenças como glaucoma, retinopatia e catarata, podemos solicitar outros exames para ajudar a descartar ou a confirmar o diagnóstico”, diz a médica.
Entre estes outros exames podemos citar:
- Paquimetria – que mede a espessura da córnea
- Topografia de córnea
- Tomografia de Coerência Óptica (OCT)
- Biometria IOL
- Mapeamento de Retina
- Retinografia
Já fez seu exame oftalmológico este ano?
As principais causas de cegueira podem ser prevenidas ou ainda tratadas! Mas o diagnóstico precoce é fundamental para preservar e melhorar a visão. Portanto, o exame de vista (consulta oftalmológica de rotina) é essencial para proteger o sistema visual.
“A frequência ideal do exame de vista é anual. Quando a pessoa tem alguma doença já diagnosticada, deve seguir a orientação do oftalmologista quando a periodicidade recomendada”, finaliza Dra. Maria Beatriz.