Espessura da córnea e glaucoma: qual a relação?

Espessura da córnea e glaucoma: qual a relação?

A espessura da córnea e o glaucoma tem uma relação íntima. Isso porque córneas muito finas podem dificultar uma leitura mais precisa da pressão intraocular (PIO). Com isso, pode ocorrer atraso no diagnóstico e no tratamento do glaucoma.

Mas antes de falarmos mais sobre a espessura da córnea e sua relação com o glaucoma, vamos entender o que e para que serve a córnea.

Córnea: O que é? Quais as funções?

A córnea é um tecido transparente que fica na parte da frente do olho. Para facilitar o entendimento, podemos compará-la à tampa de um relógio.

A principal função é possibilitar que a luz atravesse o olho e atinja a retina para a formação das imagens.

A córnea não possui vasos sanguíneos, mas é repleta de nervos. Por isso, lesões nessa estrutura costumam causar dor, por exemplo.

O formato da córnea é elíptico e tem uma curvatura específica. Mas cada pessoa possui um formato e uma espessura de córnea.

As alterações no formato da córnea, por exemplo, levam ao desvio do foco da luz para outras regiões da retina. Dependendo do tipo de desvio, a pessoa pode ter miopia, astigmatismo e hipermetropia.

Espessura da córnea

Como vimos, a córnea pode ter diferentes formatos e isso pode impactar nos chamados erros refrativos.

Além disso, a córnea pode ter diferentes espessuras – pode ser mais fina ou mais grossa.

As córneas muito finas são as que mais preocupam os oftalmologistas. A principal explicação é que a espessura da córnea pode alterar a leitura da pressão intraocular (PIO).

Segundo a oftalmologista Dra. Maria Beatriz Guerios, especialista em glaucoma, o aumento da pressão intraocular (PIO) é o principal fator de risco para o glaucoma. A doença se caracteriza por lesões irreversíveis no nervo óptico.

“A espessura da córnea é um fator importante no diagnóstico preciso da pressão intraocular. Uma córnea muito fina pode mascarar uma leitura mais precisa. A PIO pode ser subestimada quando a córnea é mais fina e superestimada em córneas mais grossas”.

“Muitas vezes, pacientes com córneas finas (menos de 555 µm) apresentam leituras de PIO artificialmente baixas. Isso é perigoso, já que se a pressão intraocular real for maior do que a leitura mostra, há risco de desenvolver glaucoma e isso pode passar despercebido em consultas de rotina, por exemplo”, comenta Dra. Maria Beatriz.

Por outro lado, uma córnea muito espessa também pode alterar a leitura da pressão intraocular. Nesses casos a leitura costuma mostrar uma pressão mais alta do que realmente está.

Como medir a espessura da córnea

Existe um exame chamado de paquimetria, que é usado para medir a espessura da córnea. Entretanto, nem todas as pessoas têm indicação para realizar esse teste.

“O glaucoma é uma doença que tem um componente genético bastante importante. Assim, quando há histórico familiar da doença e outros fatores de risco presentes, podemos recomendar a realização da paquimetria. Isso vai ajudar a realizar um diagnóstico mais preciso e efetivo, o que também contribui para o tratamento adequado para cada paciente”, reforça a especialista.

Como a paquimetria é feita?

O exame pode ser feito em clínicas ou consultórios oftalmológicos que possuam o paquímetro. Trata-se de um procedimento simples, rápido e indolor. A paquimetria ocular pode ser feita em aparelhos de ultrassom ou com infravermelho.

O exame leva em torno de 5 minutos. O médico aplica um colírio anestésico e, em seguida, o paciente é orientado a fixar o olhar no ponto determinado pelo oftalmologista. A partir disso, o aparelho realiza a leitura da espessura da córnea. Em geral, a paquimetria é feita nos dois olhos.

Previna o glaucoma

A mensagem mais importante é que o glaucoma é uma doença grave que pode levar à perda total da visão quando não tratado.

“Hoje há vários exames que podem ajudar no diagnóstico precoce do glaucoma. A consulta oftalmológica de rotina é essencial. A partir da avaliação do médico, o paciente pode ser encaminhado para exames complementares, como a paquimetria, principalmente quando há suspeita de glaucoma ou histórico familiar da doença. Quanto mais cedo o paciente for tratado, maior a chance de preservar a visão”, finaliza Dra. Maria Beatriz.

Dra. Maria Beatriz Guerios  é Oftalmologista. A médica diagnostica e trata o Glaucoma, bem como atua na oftalmologia geral.

O consultório fica nos Jardins, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 97859- 1080

2 Comments

  • Boa Noite:
    Parabéns pelo seu ótimo artigo, Dra Maria Beatriz.
    A título de colaboração, sugiro que amplia suas informações sobre a situação da pessoa que tem córnea mais espessa e eventualmente até escavações que possam sugerir ser a mesma portadora de Glaucoma ou estar em préglaucoma, pois mesmo o Oftalmologista Geral poderia equivocar-se e decidir pelo uso de colírios e não ser efetivamente esse o caso.

    • Olá Cesar
      Muito obrigada pelo seu elogio. Vamos escrever sobre o tema sugerido em breve.

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