Quais são os problemas de visão mais comuns depois dos 40
Os problemas de visão são comuns após os 40 anos.
Isso porque o envelhecimento não se resume aos sinais externos, como rugas e cabelos brancos. Todo o corpo humano envelhece, incluindo o sistema visual.
Portanto, hoje vamos falar sobre os problemas oculares mais comuns depois dos 40 anos.
1- Presbiopia (vista cansada)
Sem dúvidas, o principal problema na visão após os 40 anos é a presbiopia, popularmente chamada de vista cansada.
Segundo Dra. Maria Beatriz, oftalmologista geral e especialista em glaucoma, o principal sinal da vista cansada é a necessidade de afastar um objeto e precisar de um ambiente mais iluminado para conseguir enxergar.
“A presbiopia ocorre devido à perda da capacidade de contração do músculo ciliar, associada ao endurecimento do cristalino. Para focalizar objetos próximos, há um esforço maior da musculatura em manter o cristalino curvo e, com a idade, o cristalino vai endurecendo, dificultando essa acomodação”.
Felizmente, é um problema facilmente resolvido com o uso de óculos para perto. Porém, o as lentes devem ser prescritas pelo oftalmologista, ou seja, nada de comprar óculos de farmácia, pois isso pode piorar a visão.
2- Moscas volantes
Após os 40 anos, uma queixa muito comum nos consultórios dos oftalmologista é o surgimento de pontinhos pretos na visão que se movem de acordo com os movimentos dos olhos. Em geral, esses pontinhos são descritos pelos pacientes como moscas, teias de aranhas etc. Essa condição é chamada de descolamento do vítreo.
“O humor vítreo é um gel transparente que preenche a parte de trás do globo ocular. O processo do envelhecimento causa alterações nas fibras do colágeno e nas proteínas que compõem o humor vítreo. Com o tempo, essas mudanças resultam esses pontinhos pretos na visão. Felizmente, as moscas volantes são inofensivas na maioria dos casos. Mas sempre é bom descartar algo mais grave em uma consulta com o oftalmologista”, reforça Dra. Maria Beatriz.
3- Olho Seco
O olho seco, também chamado de ceratoconjuntivite seca, é uma doença multifatorial que afeta o filme lacrimal e a superfície ocular levando a sintomas como secura ocular, irritação, vermelhidão, ardência e coceira nos olhos. É uma condição com uma alta prevalência que pode afetar de 5 a 34% da população em geral, especialmente após os 50 anos.
“O olho seco tem muitos fatores de risco, porém os principais são a idade, diagnóstico de glaucoma, menopausa, terapia de reposição hormonal e diabetes. Ou seja, todas condições mais prevalentes em pessoas com mais de 40 anos. Vale ressaltar que há outros fatores que aumentam o risco não ligados à idade”, diz a especialista.
Em relação ao tratamento, o uso de colírios lubrificantes pode ajudar nos casos mais leves. Para casos mais avançados, o uso da luz intensa pulsada tem se mostrado um tratamento muito eficaz no combate aos sintomas.
4- Catarata
A catarata afeta o cristalino, cuja principal função é fornecer nitidez à visão. O cristalino funciona como uma lente intraocular que permite a passagem de luz até a retina. O envelhecimento afeta o cristalino que se torna opaco e deixa a visão embaçada.
A maioria das pessoas desenvolve a catarata, principalmente após os 60 anos. O tratamento da catarata é cirúrgico. O oftalmologista remove o cristalino e o substitui por uma lente intraocular.
5- Glaucoma
Após os 40 anos, o risco de desenvolver o glaucoma aumenta. Glaucoma é o nome que se dá a uma série de condições que afetam o nervo óptico.
A principal causa é o aumento da pressão intraocular que causa lesões permanentes nas células nervosas do nervo óptico. Portanto, a perda visual é definitiva.
O principal objetivo do tratamento do glaucoma é impedir a progressão da doença para preservar a visão. Há diversas opções de tratamento como o uso de colírios, cirurgias a laser e implantes de stent.
Vale lembrar que a idade não é o único fator de risco para o glaucoma. Inclusive, a doença pode ser congênita ou ainda aparecer na infância, adolescência e juventude por motivos diversos.
6- Degeneração macular relacionada à idade (DMRI)
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença que que causa uma lesão na mácula, a parte central da retina. A condição leva à perda ou à redução da visão da região central. A cegueira causada pela DMRI é definitiva.
A DMRI está ligada, principalmente, ao processo natural do envelhecimento. Por esse motivo é mais prevalente nas pessoas com mais de 60 anos.
O tratamento é feito de acordo com critérios como o tipo de DMRI e o estágio da doença. O principal objetivo é impedir a evolução dos danos na visão.
7- Retinopatia diabética
Devido aos maus hábitos, como sedentarismo e má alimentação, é cada vez maior o número de pessoas que desenvolvem o diabetes tipo 2. A doença causa problemas nos vasos sanguíneos, inclusive àqueles presentes na retina, estrutura essencial para a visão.
A retinopatia diabética ocorre quando há extravasamento de sangue ou crescimento de neovasos na retina. É uma doença grave que pode causar a perda permanente da visão. O tratamento envolve uso de medicamentos e cirurgias.
Já fez seu check up oftalmológico?
Como você viu, há diversas doenças oculares relacionadas ao envelhecimento. Muitas podem ser prevenidas ou tratadas. Porém, o diagnóstico precoce pode fazer uma enorme diferença para a preservação da visão.
“Após os 40 anos, a recomendação é realizar um check up oftalmológico anual. Além disso, a adoção de hábitos saudáveis também pode prevenir algumas doenças oculares ou retardar seu aparecimento”, finaliza Dra. Maria Beatriz.