O que é uveíte? Quais são os sintomas? Como é o tratamento?

O que é uveíte? Quais são os sintomas? Como é o tratamento?

Uveíte é uma doença oftalmológica pouco conhecida, porém responsável por cerca de 5 a 10% dos casos de cegueira no mundo

 

Toxoplasmose é uma das causas mais comuns em países em desenvolvimento

O nome pode ser estranho, mas a uveíte é uma das doenças oftalmológicas mais preocupantes quando se fala em visão. Uveíte é o nome dado a uma série de condições que se caracterizam pela inflamação da úvea, também chamada de trato uveal ou túnica vascular.

Entenda melhor o que é a úvea

De uma forma simplificada, podemos dizer que a úvea é uma parte do globo ocular formada por três estruturas: a íris, o corpo ciliar e a coroide. Ela se localiza na chamada câmara posterior do olho (parte de trás do globo ocular).

A coroide é responsável por cerca de 90% do fluxo de sangue dos olhos. Já o corpo ciliar é um músculo que aumenta o poder de refração do cristalino, essencial para a acomodação visual da visão de longe para a de perto. Por fim, a íris é a parte colorida dos olhos e pode ser comparada ao diafragma de uma câmera fotográfica. É uma estrutura que se contrai e delimita a parte posterior e anterior do olho.

A uveíte é uma inflamação que pode afetar todas essas estruturas – em conjunto ou separadamente. Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em Glaucoma, cada tipo de inflamação no trato uveal recebe um nome de acordo com a parte afetada.

“A uveíte anterior ocorre na parte da frente da úvea e inclui a íris. A uveíte posterior é a inflamação da parte de trás do trato uveal e pode envolver a retina e a coroide. Finalmente, a panuveíte é a inflamação que afeta todo o trato uveal, explica Dra. Maria Beatriz.

Origem da uveíte é diversa

 A uveíte pode ocorrer em decorrência de doenças infecciosas, como a toxoplasmose. Há também as uveítes ligadas às doenças sistêmicas. “Contudo, na maior parte dos casos, de 30% a 60%, é chamada de uveíte idiopática, pois não é possível identificar a causa”, aponta a médica.

A principal causa da uveíte anterior são as doenças reumatológicas, como a espondilite anquilosante e artrite reumatoide juvenil, por exemplo. As doenças inflamatórias intestinais também aumentam o risco. Entre elas podemos citar a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn.

Embora a uveíte possa afetar qualquer pessoa, ela é mais prevalente em pessoas entre 20 e 50 anos, com maior incidência nas mulheres.

Dor e vermelhidão

 Os sintomas da uveíte dependem de alguns fatores, como o local da inflamação. A uveíte que afeta a parte da frente do trato uveal é a que costuma causar os sintomas mais incômodos. “A pessoa começa a sentir muita dor no olho que é acompanhada de vermelhidão, sensibilidade à luz e leve redução da acuidade visual”, comenta Dra. Maria Beatriz.

A forma intermediária da doença costuma ser indolor. O que pode ocorrer é a pessoa enxergar moscas volantes – pontos negros e irregulares na visão. Essas manifestações também estão presentes na uveíte posterior, com a associação de inflamação do nervo óptico.

Nesses casos, a perda súbita da visão pode ser severa. Finalmente, a panuveíte pode causar todos os sintomas das outras formas da doença.

Uveíte é emergência médica

 Infelizmente, a uveíte pode causar danos graves no olho. Outro aspecto é que a doença aumenta o risco de lesões na retina, bem como o desenvolvimento de catarata e glaucoma. No caso das uveítes ligadas às doenças reumatológicas e inflamatórias intestinais, é comum haver recorrências frequentes com necessidade de tratamento em longo prazo.

A recomendação é procurar um serviço de emergência, preferencialmente, oftalmológica. Perda súbita da acuidade visual, manchas na visão (moscas volantes) e dor ocular devem ser os sinais de alerta para procurar ajuda.

“O diagnóstico é confirmado por exames de imagens e laboratoriais. O tratamento é iniciado imediatamente para impedir que a doença avance e afete as estruturas cruciais para a visão, como a retina e nervo óptico”, reforça Dra. Maria Beatriz.

“Após um episódio de uveíte, é importante que o paciente faça um acompanhamento oftalmológico mais frequente, principalmente quem tem diagnóstico de doenças reumatológicas e inflamatórias intestinais, que aumentam bastante o risco de desenvolver a uveíte”, finaliza a oftalmologista.

 Dra. Maria Beatriz Guerios  é Oftalmologista. A médica diagnostica e trata o Glaucoma, bem como atua na oftalmologia geral.

O consultório fica nos Jardins, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 97859- 1080

 

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