Meibomite: O que é? Quais os sintomas? Como tratar?
Primeiramente, a meibomite é a inflamação das glândulas de Meibômio, localizadas nas pálpebras. Mas, antes de falarmos mais sobre essa condição, é preciso conhecer melhor as glândulas meibomianas e como elas funcionam.
O que são as glândulas de Meibômio?
As glândulas de Meibômio levam esse nome em homenagem ao médico alemão Johann Heinrich Meibom que as descreveu há muitos séculos. Elas são glândulas sebáceas que produzem a parte lipídica do filme lacrimal, chamado de meibum.
Essas estruturas são encontradas nas margens internas das pálpebras. Estima-se que há cerca de 25 glândulas de Meibômio nas pálpebras superiores e 20 nas inferiores.
A principal função dessas glândulas é produzir e secretar o meibum. Trata-se de uma substância oleosa fundamental para impedir que o filme lacrimal evapore. Portanto, o bom funcionamento das glândulas de Meibômio é essencial para a saúde da superfície ocular.
Alteração no funcionamento
A meibomite ocorre quando há obstrução das glândulas. Como isso, o meibum não é secretado de forma suficiente. Além disso, surge um processo inflamatório pelo acúmulo da substância
Fatores de Risco
Poucas pessoas sabem, mas ao longo dos anos há redução da quantidade de glândulas meibomianas. Por isso, a idade é um fator de risco importante para ter a meibomite.
- Uso de lentes de contato
- Conjuntivite alérgica
- Colesterol alto
- Problemas na córnea
- Inflamação nas pálpebras (blefarite)
- Rosácea, artrite reumatoide, dermatite seborreica e lúpus
- Menopausa
- Reposição hormonal
- Dermocosméticos com retinoides
Sinas e sintomas da meibomite
A sensação de secura ocular e de areia nos olhos é muito comum. Além dessa manifestação, a pessoa também pode apresentar:
- Secreção em abundância nos olhos ao acordar
- Coceira e ardência ocular
- Lacrimejamento acima do normal
- Vermelhidão e inchaço nas pálpebras
- Lágrima espumosa
Olho seco pode causar meibomite?
Essa é uma pergunta comum dos pacientes, já que a secura ocular faz parte dos sintomas da meibomite. Na verdade, problemas nas glândulas meibomianas representam o principal fator de risco para desenvolver o olho seco.
A explicação é que a deficiência do meibum aumenta a evaporação do filme lacrimal. Com isso, a superfície ocular fica, literalmente, seca. A secura leva aos outros sintomas, como coceira, ardência etc.
Como é feito o diagnóstico?
Atualmente, há métodos bastante efetivos para diagnosticar a meibomite. Um dos mais recentes é o Tearcheck®.
Trata-se de um aparelho para diagnóstico de imagem da síndrome do olho seco, aprovado recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
O Tearcheck® permite visualizar as condições do filme lacrimal e da superfície ocular por meio de duas câmeras de alta resolução. Essas câmeras fornecem, de forma imediata, imagens e vídeos que podem ser compartilhados com o paciente.
Um dos exames que o aparelho faz é a Meibografia. O médico consegue visualizar as glândulas de Meibômio em 2D e 3D, usando luz infravermelha. O teste analisa o funcionamento e a anatomia da estrutura.
Qual o tratamento para a meibomite?
Devido aos avanços na área da oftalmologia voltada para os distúrbios da superfície ocular, a meibomite conta hoje com um tratamento muito eficaz.
Trata-se da luz intensa pulsada. Por meio de um aparelho específico para esse fim, o oftalmologista aplica a luz que é transformada em calor. Essa energia térmica ajuda na desobstrução das glândulas. Ao mesmo tempo, a luz intensa pulsada diminui a inflamação envolvida na meibomite.
Como resultado, o meibum volta a ser secretado e melhora a qualidade do filme lacrimal. Um dos aspectos mais importantes é que a luz intensa pulsada é um tratamento cujos efeitos são duradouros.
Como é feito o tratamento com a luz pulsada?
Em primeiro lugar, é preciso que o médico oftalmologista seja treinado e especializado para aplicar.
Outro ponto é que se trata de um aparelho específico para doenças oftalmológicas, ou seja, não é a mesma luz pulsada usada para doenças de pele ou para fins estéticos.
Por último, são realizadas 3 sessões, com intervalos de 15 e 30 dias. A aplicação dura cerca de 3 a 5 minutos. Recomenda-se ainda uma sessão de manutenção por ano.