Exames de vista de rotina – Quais são eles e por que são importantes
Os exames de vista de rotina são essenciais para prevenir, detectar e tratar diversas doenças oftalmológicas.
Portanto, é crucial conhecer quais são eles e porque os exames de vista de rotina são importantes para a saúde em geral. Para isso, hoje vamos entrevistar a oftalmologista geral, Dra. Maria Beatriz Guerios, especialista em Glaucoma.
Exames de vista de rotina devem ser anuais
Primeiramente, é importante comentar que a população brasileira, em geral, não tem costume de incluir os exames oftalmológicos no check up de rotina. Normalmente, o paciente só procura o oftalmologista na presença de sinais e sintomas oculares, por exemplo.
“Contudo, os exames de vista de rotina são cruciais para prevenir inúmeras condições que podem afetar a visão, especialmente após os 40 anos. Na infância, também temos a mesma necessidade, pois muitas doenças oftalmológicas surgem nessa fase e precisam de tratamento”, aponta Dra. Maria Beatriz.
“Sendo assim, os exames de vista de rotina devem ser anuais, especialmente após os 40 anos de idade. A razão é que a partir da quarta década de vida, o risco de desenvolver doenças oftalmológicas aumenta bastante. Entre as patologias oculares que podem surgir nessa fase estão o glaucoma, a catarata, a vista cansada, bem como doenças da retina”, conta a especialista.
Além da idade, temos algumas condições que demandam atendimentos regulares ou a realização dos exames de vista de rotina de forma mais precoce. As pessoas com histórico familiar de doenças oftalmológicas, como glaucoma, por exemplo, devem procurar o oftalmologista para uma triagem.
Já pacientes com doenças como diabetes (tipo 1 ou tipo 2), doenças da tireoide, doenças autoimunes), entre outras patologias que podem ameaçar a visão, também devem realizar acompanhamento oftalmológico de rotina com mais frequência.
Exames de vista de rotina – Quais são eles
A primeira etapa da consulta médica é sempre a anamnese. “Trata-se da avaliação do estado geral de saúde do paciente. Nesse momento, o médico irá anotar o histórico de doenças, medicamentos que o paciente consome, histórico familiar de doenças em geral, especialmente as condições visuais que podem ser hereditárias”, conta Dra. Maria Beatriz.
Logo após a anamnese, o oftalmologista inicia os exames de vista de rotina. “Vale ressaltar que realizamos a maioria dos exames durante o atendimento no consultório. Entretanto, quando há algum indício de condições, como o glaucoma, por exemplo, podemos solicitar exames adicionais, como uma OCT (Tomografia de Coerência Óptica)”, diz a especialista.
Agora, confira os principais exames de vista de rotina:
Teste de acuidade visual
É aquele em que o paciente se senta na cadeira e precisa ler uma tabela de letras. Esse exame mede a acuidade visual, capacidade de enxergar objetos com detalhes e nitidez a 6 metros de distância. O teste é feito em um olho por vez com o outro tampado.
O paciente precisa ler em voz alta as letras de cima para baixo, das maiores para as menores. Ao todo, a tabela de Snellen tem 11 linhas de letras. Quando o paciente consegue ler até a fileira 8, sua acuidade visual é considerada normal (20/20) que é capacidade de enxergar nitidamente a 6 m ou 20 pés. Quando o paciente não consegue ler até a fileira 8, o oftalmologista vai calcular o comprometimento da acuidade visual, que vai depender da linha que o paciente consegue enxergar.
Para além disso, esse exame pode ocorrer isoladamente ou juntamente com o Refrator Manual. O oftalmologista coloca o aparelho no rosto do paciente e testa diferentes lentes e filtros, para longe e para perto para fazer o diagnóstico do erro refrativo e prescrever as lentes de correção.
Tonometria
A tonometria é um teste essencial para prevenir o glaucoma, doença que afeta o nervo óptico e pode causar perda total e definitiva da visão. O exame mede a pressão intraocular que quando alterada pode sugerir a presença do glaucoma. Para pessoas acima dos 40 anos, a tonometria deve ser anual.
Exame de refração
Teste feito com a ajuda de um aparelho, que possui lentes especiais para detectar os erros de refração, como miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia;
Fundoscopia
O exame de fundo de olho, a fundoscopia ou ainda oftalmoscopia, é essencial para diagnosticar doenças que atingem a retina (fundo do olho). O oftalmologista usa um aparelho chamado de oftalmoscóspio indireto, que projeta uma luz dentro do globo ocular e permite avaliar a retina.
Nesse mesmo exame é possível analisar os vasos sanguíneos, nervo óptico, córnea, conjuntiva de cristalino. A fundoscopia pode detectar alterações no nervo óptico sugestivas de um glaucoma, pode também contribuir no diagnóstico da catarata e doenças da córnea.
Biomicroscopia
É um exame feito com um microscópio acoplado a uma lâmpada de fenda. O objetivo é avaliar com detalhes as partes externas e internas do globo ocular.
Adicionalmente, durante a consulta, o oftalmologista também avalia as pálpebras, a motilidade ocular, a capacidade de movimentação dos olhos e até mesmo a presença de lesões sugestivas de câncer de pele, por exemplo.
Por fim, também é possível analisar a superfície ocular e as glândulas de Meibômio, para avaliar a presença de olho seco e da blefarite (inflamação crônica que atinge as pálpebras).
Principais, mas não os únicos
Como você viu, os exames de vista de rotina são cruciais para proteger sua visão. Embora durante a consulta seja possível realizar diversos exames, pode ser que o médico solicite outros testes, principalmente quando existem sinais de doenças na retina, córnea e nervo óptico.
“A nossa recomendação é realizar os exames de vista de rotina anualmente e procurar um oftalmologista na presença de sintomas repentinos e persistentes, como vermelhidão, coceira, ardência, dor ocular intensa, perda súbita da visão, entre outras manifestações”, finaliza Dra. Maria Beatriz.
Dra. Maria Beatriz Guerios é Oftalmologista Geral e especialista em Glaucoma.
O consultório fica na cidade de São Paulo, na Vila Nova Conceição (zona Sul).
Para mais informações, ligue para (11) 97859- 1080
Matéria produzida pela jornalista Leda Maria Sangiorgio – MTB 30.714
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