Quais são os fatores de risco do glaucoma? Descubra agora
Há vários fatores de risco do glaucoma, ou melhor, para desenvolver um glaucoma. Em continuidade a nossa série de artigos relacionados ao Maio Verde, movimento criado para aumentar o conhecimento da população brasileira sobre o glaucoma, hoje vamos falar sobre condições, hábitos e doenças que aumentam a chance de uma pessoa desenvolver um glaucoma.
Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em glaucoma, o conhecimento sobre os fatores de risco é essencial. Quanto mais cedo é feito o diagnóstico, maior é a chance de impedir a perda visual completa. “Embora não tenha cura, o glaucoma tem tratamento, cujo principal objetivo é preservar a visão e retardar a progressão doença. Contudo, a maioria da população desconhece os fatores de risco do glaucoma. Desta forma, é essencial falar sobre o assunto”.
Fatores de Risco do Glaucoma – Descubra quais são
Com a ajuda da Dra. Maria Beatriz, vamos agora fazer uma lista dos fatores de risco do glaucoma. Confira abaixo.
1-Idade
O risco de desenvolver um glaucoma aumenta com a idade. A doença é mais prevalente em pessoas com acima dos 40 anos e o risco aumenta com o passar dos anos. Uma das hipóteses é que o envelhecimento provavelmente contribui para a vulnerabilidade do nervo óptico.
“O envelhecimento torna o nervo óptico menos capaz de suportar condições adversas, como o aumento da pressão intraocular (PIO), principal causa dos danos glaucomatosos. Para além disto, o processo natural do envelhecimento causa alterações nos tecidos oculares, como a malha trabecular, o que pode afetar a drenagem do humor aquoso”, explica a especialista.
Por fim, estudos ao longo do tempo apontaram que doenças crônicas, típicas do envelhecimento, também contribuem no aumento do risco de glaucoma em pessoas com mais idade.
2-Histórico familiar de glaucoma
Quando existe um membro familiar com glaucoma, o risco de desenvolver a doença pode aumentar de 4 a 9 vezes. O glaucoma tem forte ligação com alterações genéticas comuns, em pessoas de uma mesma família. Portanto, quando há histórico familiar da doença, a prevenção por meio de consultas oftalmológicas de rotina é essencial e deve ser feita de forma precoce.
Na contramão, nem todas as pessoas conhecem a fundo o histórico de doenças da família. Sendo assim, saiba que é fundamental investigar se algum familiar teve glaucoma para poder iniciar os exames preventivos o mais cedo possível.
3-Doenças oculares prévias (que antecedem o desenvolvimento do glaucoma)
Há várias doenças oculares que podem desencadear um glaucoma. Veja algumas abaixo.
Síndrome da dispersão pigmentar
Trata-se de uma condição em que há liberação de pigmentos da íris. Essas substâncias se acumulam na parte de trás do globo ocular, afetando a drenagem do humor aquoso. A consequência é o aumento da pressão intraocular, que por sua vez causa danos no nervo óptico. O nome desta condição é glaucoma pigmentar
Doenças inflamatórias oculares
Algumas doenças oculares inflamatórias, como a uveíte e esclerite, podem afetar estruturas envolvidas na produção e drenagem do humor aquoso. Isto pode aumentar a pressão dentro do olho, resultando em um glaucoma.
Problemas na retina
Hemorragias na retina, descolamento de retina ou obstrução dos vasos sanguíneos da retina podem prejudicar a drenagem do humor aquoso. Como sabemos, estas condições podem aumentar a PIO, levando ao desenvolvimento de um glaucoma.
4-Traumas
Os traumas como socos, boladas, perfurações ou queimaduras nos olhos podem causar o chamado glaucoma secundário ou glaucoma agudo. Este tipo de glaucoma pode levar à perda da visão de forma rápida. Por este motivo, sempre que ocorrer um acidente ou lesão no olho, é importante procurar um oftalmologista para uma avaliação mais apurada.
O glaucoma traumático cursa com aumento repentino da pressão intraocular (PIO). Ao contrário dos glaucomas primários, há alguns sinais e sintomas presentes no glaucoma por trauma, como:
- Dor no olho – pode ocorrer imediatamente após o ferimento
- Sensibilidade à luz
- Visão turva
- Hemorragia e inflamação no olho
- Aumento repentino da PIO
Vale reforçar que algumas pessoas não apresentam sintomas após traumas oculares. Por isto, por menor que seja o trauma, o ideal é procurar um Oftalmologista.
5- Doenças que causam má circulação sanguínea
Embora a maioria dos glaucomas tenha relação com o aumento da pressão intraocular, há também glaucomas em que a causa está associada a problemas de circulação sanguínea. Quando o fluxo de sangue para as células nervosas da retina e do nervo óptico fica prejudicado, ocorre a morte celular. A consequência é a perda da visão.
Entre as doenças que afetam o sistema vascular e podem levar a um glaucoma estão:
- Apneia do sono
- Enxaqueca
- Diabetes
- Colesterol alto
- Hipertensão arterial
- Hipotensão arterial
“A má circulação mata as células nervosas por falta de oxigênio e a partir disso ocorrem os danos no nervo óptico. Em geral, pessoas com essas doenças podem desenvolver o glaucoma de tensão normal, subtipo do glaucoma de ângulo aberto”, aponta Dra. Maria Beatriz.
6-Miopia
A miopia aumenta o risco de desenvolver glaucoma, principalmente quando o grau é moderado a alto. Quanto maior o grau, maior a chance. A forma mais preocupante é a miopia patológica/degenerativa. Embora rara, essa condição provoca alterações irreversíveis na parte de trás do olho, como retina, cristalino e nervo óptico.
Como existe essa relação da miopia com o glaucoma, todas as pessoas que são míopes devem fazer um acompanhamento anual com o oftalmologista. As que mais devem se preocupar são àquelas com graus médios (2 a 3 graus) e altos, acima de 6.
7-Medicamentos
A automedicação é uma realidade perigosa no Brasil. Usar fármacos por contra própria, ou por indicação de amigos, familiares ou até mesmo balconistas de farmácias, pode causar problemas sérios, com um glaucoma.
Uns dos remédios mais perigosos para a saúde oculares são os colírios à base de corticoides. Além dos colírios, sprays nasais e pomadas também aumentam o risco de desenvolver um glaucoma.
Entre outros fármacos podemos citar remédios antigripais, antialérgicos, medicamentos para depressão e topiramato (indicado para epilepsia). Além disso, a retirada brusca de medicamentos anti-hipertensivos também pode causar aumento pressão intraocular.
8- Tabagismo
“Muitos compostos ativos encontrados no cigarro são tóxicos para os tecidos oculares. Além disto, o cigarro causa problemas de circulação em todo o organismo, incluindo nos olhos. A geração de radicais livres também pode gerar danos nas células nervosas, humor aquoso e malha trabecular (responsável pela drenagem do humor aquoso)”, comenta Dra. Maria Beatriz.
Como você viu há inúmeros fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento do glaucoma. Alguns são modificáveis e outros não.
“Dessa forma, a melhor maneira de prevenir a doença ou obter o diagnóstico de forma precoce é realizar uma consulta oftalmológica anual. Para pessoas com histórico familiar da doença e com fatores de risco associados, o ideal é procurar um oftalmologista de forma precoce e realizar acompanhamento periódico”, finaliza a especialista.
Dra. Maria Beatriz Guerios é Oftalmologista. A médica diagnostica e trata o Glaucoma, bem como atua na oftalmologia geral.
O consultório fica nos Jardins, na cidade de São Paulo.
Para mais informações, ligue para (11) 97859- 1080