Como funciona a Iridoplastia a Laser para tratar o glaucoma
A iridoplastia a laser é uma cirurgia para tratamento de alguns tipos de glaucoma de ângulo fechado. A aplicação do laser durante a iridoplastia causa “queimaduras” (foto coagulação) na íris, a parte colorida dos olhos. O resultado é a contratura da íris, que se afasta do ângulo. A partir disto, há a drenagem do humor aquoso melhora e isto tende a normalizar a pressão intraocular (PIO).
Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em glaucoma, a indicação da iridoplastia seletiva a laser é para casos bem específicos de fechamento de ângulo.
“Em geral, a iridoplastia é usada para tratar pacientes com fechamento de ângulo associado a condições como a íris em platô, a nanoftalmia (distúrbio do desenvolvimento ocular) e em pacientes como cistos na íris e corpo ciliar. A iridoplastia também pode ser usada quando o paciente foi submetido a uma iridotomia e não apresentou redução da pressão intraocular”.
“Todavia, é importante esclarecer que a iridotomia periférica a laser e a iridoplastia seletiva a laser são cirurgias a laser que abordam o fechamento do ângulo, mas de maneiras diferentes. As indicações também são distintas”, comenta Dra. Maria Beatriz.
Fechamento de ângulo – Tudo que você precisa saber
Há vários tipos de glaucoma, nome dado a uma série de condições que causam danos irreversíveis no nervo óptico. Um deles é o glaucoma de ângulo fechado.
“Este ângulo é o espaço que se forma na junção da íris com córnea. Nesta região se encontra a malha trabecular, uma espécie de peneira, por onde o humor aquoso é drenado de forma constante. O bom funcionamento da malha trabecular é essencial para o controle da pressão dentro dos olhos”, explica Dra. Maria Beatriz.
“O glaucoma de ângulo fechado ocorre quando há um fechamento parcial ou completo deste ângulo. Com isto, o humor aquoso não consegue escoar e ocorre a elevação da pressão intraocular de forma súbita. Este aumento da PIO ocasiona danos no nervo óptico que resultam na perda do campo visual de forma definitiva”, completa a especialista.
Glaucoma de ângulo fechado – Sinais e Sintomas
Embora o glaucoma seja considerado uma doença silenciosa, o de ângulo fechado pode causar alguns sintomas de início repentino como dor de cabeça, visão turva, halos de luzes na visão, dor nos olhos e vermelhidão. Outros sinais são a redução da acuidade visual, aumento da pressão intraocular, edema de córnea e dilatação da pupila.
Indicações da iridoplastia seletiva a laser
A iridoplastia seletiva a laser pode ser indicada quando o fechamento do ângulo persiste mesmo após a iridotomia. Outro caso é quando o fechamento do ângulo não é secundário ao bloqueio pupilar.
“Estes são casos em que o paciente tem um inchaço importante na córnea que impede a visualização adequada para realizar a iridotomia com segurança. Nestes pacientes, por exemplo, a iridoplastia pode ajudar na redução imediata da pressão intraocular. Quando o inchaço da córnea melhora, é possível realizar a iridotomia”, conta Dra. Maria Beatriz.
Síndrome da íris em platô
Mas, uma das principais indicações da iridoplastia seletiva a laser é para pacientes com a síndrome da íris em platô. “Trata-se de uma alteração anatômica na íris. Nestes pacientes, a íris é mais plana e tampa completamente o ângulo. O laser, por meio da foto coagulação, afasta a íris do ângulo, levando à melhora na drenagem do humor aquoso e redução da pressão intraocular”, conta a especialista.
Outra indicação da iridoplastia é nos olhos nanoftálmicos. “A nanoftalmia é um distúrbio do desenvolvimento ocular caracterizado por um olho normal, mas menor, com comprimento axial curto. Os olhos nanoftálmicos são propensos ao fechamento angular na idade adulta devido a um aumento relacionado à idade no diâmetro do cristalino em relação ao olho. Nestes pacientes, a iridoplastia pode ser usada quando o fechamento do ângulo persiste após a iridotomia”, adiciona a oftalmologista.
Como funciona a iridoplastia seletiva a laser
A iridoplastia seletiva a laser costuma ser realizada em ambiente ambulatorial, em clínicas ou consultórios. O paciente recebe sedação local, ou seja, nos olhos, por meio de colírios anestésicos. O oftalmologista aplica o laser até obter o resultado esperado, ou seja, até a contração da íris e abertura do ângulo.
Normalmente, o paciente retorna para casa e pode retomar suas atividades normais. Portanto, não é necessário fazer repouso e nem se afastar do trabalho.
“A única ressalva é que, no dia da aplicação, a visão pode ficar um pouco embaçada. Por este motivo, o paciente deve ir acompanhado e precisa evitar dirigir, cozinhar e realizar outras atividades que dependem da visão. No pós-operatório, pode ser preciso alguns colírios anti-inflamatórios, bem como monitorar de perto a pressão intraocular”, finaliza Dra. Maria Beatriz.
Dra. Maria Beatriz Guerios é Oftalmologista. A médica diagnostica e trata o Glaucoma, bem como atua na oftalmologia geral.
O consultório fica nos Jardins, na cidade de São Paulo.
Para mais informações, ligue para (11) 97859- 1080