Aumento do risco de glaucoma está ligado ao consumo de cafeína
Aumento do risco de glaucoma está ligado ao consumo excessivo de café por pessoas que tem predisposição genética para desenvolver a doença
Estudo conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina do Monte Sinai, nos Estados Unidos, apontou que cafeína em excesso aumenta risco de glaucoma em pessoas com predisposição genética
O número de estudos clínicos a respeito do glaucoma não para de crescer. Isto porque a doença é a segunda principal causa de cegueira em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
As descobertas sobre os fatores de risco são essenciais para prevenir o desenvolvimento da doença. Além disso, os dados das pesquisas também são importantes para impulsionar uma triagem mais precoce quando há predisposição genética.
A Escola de Medicina Icahn do Monte Sinai, uma das principais instituições de saúde do mundo, conduziu um estudo que avaliou a relação da cafeína com o risco aumentado para glaucoma. Publicado recentemente no periódico Ophthalmology, a pesquisa apontou que a ingestão diária de cerca de 4 xícaras de café por dia aumenta o risco de desenvolver glaucoma em até 3 vezes.
Mas vale ressaltar que o risco está presente apenas em pessoas com predisposição genética mais alta. O estudo foi o primeiro a demonstrar que existe uma interação entre a genética e a dieta no glaucoma.
Glaucoma e fatores ambientais
Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em glaucoma, as recentes descobertas apontam cada vez mais que a doença é multifatorial. Outro ponto é que surgem evidências robustas de que fatores ambientais e do estilo de vida podem aumentar o risco de glaucoma, em quem tem histórico familiar da doença.
“Portanto, mudanças nos hábitos, na alimentação e outros cuidados com a saúde podem prevenir o surgimento do glaucoma. Além disto, os estudos são cruciais para incentivar quem tem fatores genéticos associados ao glaucoma a procurarem o oftalmologista para uma triagem mais precoce”.
Desinformação é entrave para diagnóstico precoce
A falta de conhecimento da população em geral sobre o glaucoma ainda é um entrave para detectarmos a doença nos estágios iniciais. “Apesar da gravidade, é um assunto pouco abordado.
A razão reside na prevalência, relativamente baixa, de cerca de 2% a 3% na população acima de 40 anos, com aumento da prevalência conforme o avanço da idade”, aponta Dra. Maria Beatriz.
Porém, com o envelhecimento mundial da população devemos notar um aumento considerável na prevalência. “Por isto, é muito importante divulgar informações relevantes sobre o glaucoma para a população em geral, bem como alertar quem tem histórico familiar da doença sobre a necessidade de realizar avaliações oftalmológicas de forma mais precoce”, finaliza Dra. Maria Beatriz.
Lembre-se: Procure saber se tem familiares que com glaucoma. Para quem não tem predisposição genética, a recomendação é realizar exames oftalmológicos anuais, a partir dos 40 anos.