O que é pinguécula? Quais os sintomas e como é tratamento?
A pinguécula é uma condição que afeta a conjuntiva, tecido que reveste a parte da frente do globo ocular. Trata-se de uma lesão que se caracteriza pela formação de uma espécie de mancha amarelada ou esbranquiçada na junção da córnea com a esclera (parte branca dos olhos).
Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista e glaucoma, a pinguécula é resultado do depósito de proteínas, gordura e cálcio que altera a o tecido da conjuntiva. “Esse processo causa o aumento da espessura do tecido conjuntival, cuja consequência é a formação dessa mancha amarelada ou esbranquiçada. Inicialmente essa alteração pode ser mínima, mas pode crescer com o tempo”.
Pinguécula é benigna
Em geral, a pinguécula se desenvolve próxima ao nariz, mas pode se formar em outra parte da conjuntiva. “É importante dizer que se trata de uma lesão benigna, ou seja, não está associada a neoplasias. Na maioria dos casos não é preciso tratar, mas em outros pode ser preciso realizar a remoção cirúrgica ou ainda administrar medicamentos, de acordo com os sintomas”.
Pinguécula: Quais os fatores de risco?
Atualmente, as causas da pinguécula não estão totalmente elucidadas. Mas há fatores de risco relacionados ao seu desenvolvimento, como a exposição solar sem proteção. “A pinguécula é comum em pessoas de meia-idade, principalmente naquelas que costumam se expor aos raios solares sem óculos de sol”, aponta a médica.
Vale ressaltar que apesar de ser mais comum em adultos, a pinguécula pode aparecer na infância e na adolescência, dependendo da intensidade de exposição ao sol sem proteção ocular. Por fim, quanto maior o tempo de exposição ao sol sem proteção, maior o risco de desenvolver a pinguécula ao longo da vida.
Olho seco pode desencadear pinguécula
O principal sinal da pinguécula, como já falamos, é a mancha amarelada ou esbranquiçada que surge na conjuntiva. Contudo, o aumento da espessura da conjuntiva impacta na distribuição do filme lacrimal, essencial para a saúde da superfície ocular.
“A pinguécula causa sintomas muito parecidos com os do olho seco, como vermelhidão, coceira, irritação, secura, visão borrada e sensação de areia nos olhos”, conta Dra. Maria Beatriz.
Outros fatores podem aumentar o risco de desenvolver uma pinguécula como exposição a ambiente secos de forma constante e prolongada, exposição a substâncias como cloro, poluição, fumaça e produtos químicos, como cloro de piscinas, por exemplo.
Pinguécula pode ser removida por meio de cirurgia?
A maioria dos casos de pinguécula não tem indicação de tratamento. Ou seja, o paciente convive sem nenhum problema como a alteração na conjuntiva.
“Mas existem pessoas que podem apresentar algumas complicações como comprometimento da visão e sintomas persistentes, que afetam a qualidade de vida. Normalmente são prescritos colírios lubrificantes para aliviar a secura ocular. Há casos ainda que podem gerar um quadro inflamatório que requer outro tipo de cuidado”, reforça Dra. Maria Beatriz.
Em geral, o tratamento da pinguécula é indicado nos casos em que a mancha aumentou de forma considerável, quando altera a acuidade visual e quando o paciente não responde ao tratamento clínico.
“O crescimento pode interferir na visão e agravar os sintomas como secura, irritação e embaçamento visual. Nesses casos podemos remover a pinguécula cirurgicamente. A cirurgia também pode ser indicada para os casos que não melhoram com o uso de remédios ou ainda para pessoas que não podem usar certos tipos de medicamentos, como os corticoides”, encerra a oftalmologista.
Como prevenir a pinguécula?
A exposição aos raios solares sem proteger os olhos é o principal fator de risco conhecido para desenvolver a pinguécula. Portanto, usar óculos de sol com lentes UVA/UVB é a melhor maneira de prevenir essa condição. Vale lembrar que mesmo nos dias sem sol ou nas estações mais frias do ano, o óculos é indispensável.
Também é importante realizar exames oftalmológicos anuais, principalmente depois dos 40 anos de idade.