O Glaucoma – Mitos e Esclarecimentos

O Glaucoma – Mitos e Esclarecimentos

O glaucoma é uma doença causada por danos e lesões no nervo óptico. Atualmente, é a primeira causa de cegueira definitiva em todo o mundo. Mesmo assim, o conhecimento da população em geral sobre o glaucoma não é suficiente para a adoção de medidas preventivas, como consultas oftalmológicas de rotina, especialmente após os 40 anos ou ainda quando há outros fatores de risco envolvidos.

Para ajudar a entender melhor o glaucoma, preparamos uma lista de mitos que serão esclarecidos pela Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em Glaucoma.

1- Os tratamentos podem curar a doença

Atualmente não há cura. No entanto, há procedimentos e cirurgias que podem impedir a evolução da doença, o que significa prevenir a perda visual. Vale lembrar que, em geral, a cirurgia pode ser recomendada quando medicamentos e tratamentos a laser falham ou ainda nos casos de glaucoma agudo de ângulo fechado que representam um risco imediato de perda da visão.

2- Somente pessoas com problemas de visão podem ter a doença

Infelizmente, o glaucoma pode afetar pessoas com a visão saudável, ou seja, sem nenhuma outra condição ou patologia ocular. Mas vale dizer que existem algumas doenças visuais que aumentam o risco de desenvolver, como alto grau de miopia, por exemplo.

3-Não tenho nenhum familiar com glaucoma, portanto não tenho risco de desenvolver esse problema

Embora o glaucoma tenha um forte componente genético, ou seja, costuma afetar membros de uma mesma família, nem sempre está relacionado a genética.

Além disso, é possível que a pessoa tenha familiares com a doença e não saiba. É por isso que todos os pacientes diagnosticados devem ser orientados a comunicar os familiares próximos sobre o diagnóstico para que esses também passem por uma avaliação.

4- Todas as pessoas com glaucoma ficam totalmente cegas

Felizmente, quando o glaucoma é diagnosticado de forma precoce a chance de perda total da visão é menor. Estima-se que apenas 5% dos pacientes perdem totalmente a visão.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequados são as chaves para prevenir novos danos no nervo óptico que podem causar perda visual.

5- Medir a pressão intraocular é suficiente para diagnosticar 

Sem dúvidas, a aferição da pressão intraocular, chamada de tonometria, é um exame essencial para o diagnóstico do glaucoma.

Contudo, a tonometria é apenas um dos exames que o oftalmologista realiza para fechar o diagnóstico do glaucoma. Isso porque há pessoas que podem ter um aumento da PIO sem que isso cause danos no nervo óptico.

Outro aspecto relacionado ao diagnóstico do glaucoma é a necessidade de avaliar a extensão dos danos no nervo óptico por meio da OCT (tomografia de coerência óptica).

A campimetria é um exame usado para avaliar o campo visual e ajudar a medir a perda da visão causada pelo glaucoma. Já a gonioscopia é um exame usado para analisar alterações na drenagem do humor aquoso que podem levar ao aumento da pressão dentro do olho. A gonioscopia também ajuda a classificar o glaucoma, uma vez que existem tipos diferentes da doença.

6- Somente pessoas idosas podem ter problemas no nervo óptico

Embora pessoas com mais de 60 anos tenham maior risco de desenvolver glaucoma, a doença pode atingir pessoas de qualquer idade, inclusive bebês em sua forma congênita. Temos também o glaucoma juvenil que afeta crianças e jovens.

Vale lembrar ainda do glaucoma secundário que pode ser causado por trauma e pelo uso de certos colírios sem prescrição médica. Portanto, qualquer pessoa pode desenvolver um glaucoma.

7- Há diversas atividades que pessoas com a doença não podem realizar

Como já dissemos, a perda total da visão representa a minoria dos casos de glaucoma. Portanto, uma pessoa que tenha o diagnóstico da doença continua a realizar suas atividades normalmente.

Entretanto, em alguns casos pode haver restrições para a prática de algumas atividades do dia a dia devido ao risco de elevação da pressão intraocular. Vamos dar alguns exemplos:

  • Tocar instrumentos de sopro
  • Praticar mergulho e natação (a pressão da água e da máscara/óculos de natação) alteram a pressão dentro do olho
  • Adotar certas posições na prática da yoga
  • Usar colírios para clarear os olhos ou à base de corticoides
  • Usar gravata apertada

Quanto a conduzir automóveis, vai depender do exame oftalmológico feito no processo de habilitação e do tipo de habilitação. Dirigir vai depender da extensão da perda visual.

8- O glaucoma causa sintomas desde o início

O glaucoma é conhecido por ser um doença silenciosa. Isso significa que os primeiros danos causados no nervo óptico não causam sintomas, bem como o aumento da pressão intraocular.

Contudo, na medida em que as lesões aumentam, a pessoa começa a não enxergar bem já que os danos causam a perda do campo visual periférico (visão lateral).

A única exceção quanto se fala em sintomas de glaucoma é nos casos de glaucoma agudo em que a pressão intraocular aumenta repentinamente. Nesses casos, a pessoa pode sentir perda súbita da visão, dor de cabeça, dor ocular intensa, entre outras manifestações.

 

 Dra. Maria Beatriz Guerios  é Oftalmologista. A médica diagnostica e trata o Glaucoma, bem como atua na oftalmologia geral.

O consultório fica nos Jardins, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 97859- 1080

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