Medicamentos podem aumentar a pressão intraocular? Isso é possível? Quais são?
Sim, há medicamentos que podem aumentar a pressão intraocular (PIO).
O aumento da pressão intraocular (PIO) é o principal fator de risco para o desenvolvimento do glaucoma. Glaucoma é o termo relacionado a uma série de condições que causam lesões permanentes no nervo óptico. A consequência, quando não tratado, é a perda irreversível da visão.
Atualmente, sabe-se que vários fármacos podem aumentar a pressão intraocular. Nos pacientes com glaucoma de ângulo aberto, por exemplo, esses fármacos podem prejudicar o controle da doença.
Já em outros casos, podem causar uma crise aguda de ângulo fechado em pessoas que não tinham o diagnóstico de glaucoma.
Segundo estudos, pelo menos um terço dos casos de glaucoma agudo de ângulo fechado (GAAF) decorre da automedicação.
Por isso, caso você tenha o diagnóstico de glaucoma, é preciso redobrar os cuidados com os medicamentos usados para tratar outras condições de saúde. Você sempre deve consultar seu oftalmologista a respeito do uso de medicamentos indicados para outras patologias.
Vamos agora conhecer quais são alguns medicamentos que podem aumentar a pressão intraocular em quem já tem glaucoma ou ainda que podem causar a doença em quem tem predisposição para desenvolvê-la.
Corticoides
sim! Os corticoides, também chamados de corticosteroides, são uma classe de medicamentos anti-inflamatórios usados em diversas doenças.
Os corticoides são encontrados em diversas apresentações, como colírios, pomadas, cremes, orais, injetáveis e inaláveis.
O malefício dos corticoides está relacionado à redução da drenagem do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocular. Quando essa drenagem não é feita corretamente, pode aumentar a pressão intraocular.
Assim, quem tem glaucoma não deve usar medicamentos corticoides sem prescrição médica. Na necessidade de um tratamento que envolva os corticoides, é preciso consultar o oftalmologista para um monitoramento do glaucoma durante seu uso.
Nas pessoas que não têm glaucoma, os corticoides podem induzir um episódio súbito da doença. Portanto, os corticoides são medicamentos que só devem ser usados com a prescrição médica, pelo tempo determinado e na dose adequada.
Remédios antigripais
Alguns medicamentos usados para combater os sintomas de síndromes gripais podem conter a fenilefrina. Trata-se de uma substância descongestionante, com efeito vasoconstritor.
Dessa maneira, esse fármaco pode afetar a circulação sanguínea no nervo óptico, bem como pode alterar a forma da pupila, levando a uma midríase e induzir o fechamento do ângulo de forma transitória, obstruído a drenagem do humor aquoso.
A solução, nesses casos, é procurar medicamentos sem a fenilefrina na composição. Para descongestionar, por exemplo, é possível usar os medicamentos a base de soro fisiológico.
Remédios para Asma e Alergia
Alguns medicamentos para asma, doenças obstrutivas pulmonares, bem como para quadros alérgicos podem aumentar a PIO principalmente quando a fórmula é composta, também, por corticoides.
Remédios para pressão alta
Nestes casos, é a descontinuação da medicação que tem como princípio ativo os betabloqueadores, pois indiretamente, podem ajudar a diminuir a pressão intraocular. Os medicamentos desta classe são normalmente utilizados no tratamento da Hipertensão (pressão alta) e de outras doenças cardiovasculares.
O uso dessas medicações não desencadeia crises de Glaucoma. Porém, é preciso tomar muito cuidado com a retirada dessas medicações, fato este que pode aumentar a pressão intraocular e desencadear ou piorar o glaucoma.
Medicamentos dessa classe incluem: Propranolol, Atenolol, Bisoprolol, Carvedilol, Carvedilol, Nebivolol, Metoprolol, Timolol, entre outros.
Remédios para depressão
Os antidepressivos que tem efeitos anticolinérgicos podem resultar em midríase, a dilatação das pupilas. Há vários medicamentos dentro da classe dos tricíclicos e tetracíclicos que levam a esse efeito.
Em pessoas com predisposição ao glaucoma de ângulo estreito, podem ocorrer crises de glaucoma de agudo. Portanto, é necessário a integração do oftalmologista com o psiquiatra na prescrição de medicamentos para tratar os transtornos do humor, em geral, como a depressão.
Topiramato
O topiramato é um fármaco usado para tratar a epilepsia, com outros usos dentro da medicina, como a enxaqueca crônica. Contudo, estudos apontaram que o medicamento pode estar ligado à uma crise de glaucoma agudo em pessoas com predisposição. Na maioria dos casos, as crises ocorrem nas três primeiras semanas de uso.
Normalmente, é possível reverter o quadro da crise de glaucoma, se diagnosticado de forma precoce. A suspensão imediata do medicamento é imprescindível, bem como a interação entre o oftalmologista e o médico do paciente para buscar alternativas de tratamento para a doença de base.