Glaucoma Secundário por Trauma

Glaucoma Secundário por Trauma

Festas juninas e férias escolares aumentam o risco de acidentes que podem causar danos oculares

Embora as festas juninas não devam acontecer em 2021, a prática de soltar fogos de artificio faz parte da cultura brasileira, sendo comum nos meses de junho e julho. Entretanto, é uma atividade extremamente perigosa, pois pode levar à morte ou a sequelas irreversíveis. Perda de membros e danos permanentes na visão, por exemplo, são resultados bastante prevalentes.

Segundo dados do Data SUS, 1 em cada 4 acidentes com fogos de artifício acaba em óbito. Entre os sobreviventes, as lesões se concentram no rosto e nas mãos.

As férias de julho, aliadas à necessidade de permanecer em casa, também merecem atenção. Isso porque, a maioria dos traumas oculares em crianças ocorre no ambiente doméstico.

Trauma oculares em números

  • 1,6 milhões de pessoas em todo o mundo perderam a visão devido a um trauma ocular
  • 2,3 milhões de pessoas apresentam baixa visão bilateral por trauma
  • 19 milhões de pessoas têm cegueira unilateral ou baixa visão por trauma
  • Cerca de 40% dos traumas oculares ocorrem na infância
  • A maior parte das lesões oculares em crianças acontece entre os 2 e 6 anos

Dados: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/9805347/

Convivendo com o perigo

Dentro de casa há muitos perigos e a criança pode não ter a noção do que é uma brincadeira segura. Um acidente com bola, por exemplo, pode ser potencialmente perigoso. Outros riscos estão ligados a brincadeiras de luta, uso de armas de água com jatos mais fortes, estilingues, objetos que simulam espadas, lápis, canetas e tesouras.

Os pets, como cães, gatos e pássaros, também podem estar envolvidos em acidentes oculares. É preciso redobrar a atenção e os cuidados quando há crianças dentro de casa, principalmente nas férias ou em tempos de isolamento social.

Glaucoma por trauma ocular

Apesar dos ferimentos oculares serem comuns, felizmente, na maioria dos casos, são lesões menores e não exigem internações ou cirurgias. Entretanto, uma das consequências pode ser o desenvolvimento do glaucoma secundário, chamado assim uma vez que a doença ocorre devido à lesão causada pelo trauma.

O glaucoma traumático cursa com aumento da pressão intraocular (PIO). Aqui vale dizer que o trauma pode ser desde um soco, batida, bem como por ferimentos cortantes ou penetrantes. A elevação da PIO causa danos irreversíveis no nervo óptico, cujo consequência mais severa é a perda definitiva da visão.

Manifestações do Glaucoma Traumático

Ao contrário dos glaucomas primários, há alguns sinais e sintomas presentes no glaucoma por trauma.

  • Dor no olho – pode ocorrer imediatamente após o ferimento
  • Sensibilidade à luz
  • Visão turva
  • Hemorragia e inflamação no olho
  • Aumento da PIO

Alerta

Há pacientes que permanecem assintomáticos por muito tempo, até que a perda da visão progrida para uma fase mais avançada. Por isso, por menor que seja o trauma, o ideal é procurar um Oftalmologista.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico do glaucoma é complexo. Preferencialmente, é recomendado consultar um oftalmologista especialista em glaucoma. Além do exame clínico, são solicitados exames complementares. O exame da gonioscopia deve sempre ser realizado nestes casos.

O tratamento do glaucoma visa evitar a progressão da doença, que é crônica. Isso significa que uma vez instalado, não há cura. O tratamento é contínuo. O foco é controlar a pressão intraocular para evitar mais danos ao nervo óptico.

O glaucoma pode ser tratado com colírios ou cirurgias e isso sempre será uma decisão do oftalmologista que acompanha o paciente.

Prevenção

  • Fogos de artificio nunca são seguros, portanto, a melhor maneira de prevenir acidentes é não usá-los
  • Crianças jamais devem manipular fogos de artificio, de nenhum tipo
  • Nas férias, redobre a atenção com as crianças em casa
  • Para as crianças maiores, vale uma conversa para alertar sobre o perigo de algumas brincadeiras
  • Para famílias com pets, é preciso orientar os pequenos para que evitem encarar o animal ou fazer brincadeiras que deixem o pet muito próximo ao rosto

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